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A Nave Que Te Levou Para Longe: Poemas (Portuguese Edition)

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Product Code: 9781073058891
ISBN13: 9781073058891
Condition: New
$10.66
54? livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE N?S 2. P?SSARO APEDREJADO 3. CABR?LIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEM?RIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. AT? A ?LTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. N?O ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOC? 11. AT? QUE A ?LTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE N?O VIU 14. A IMENSID?O DE SUA AUS?NCIA 15. SIM?TRICAS û 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDAö) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL ? O SEGREDO PARA VIVER SEM VOC?? 19. OS TRA?OS DE VOC? 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. AT? SECAREM AS ?LTIMAS L?GRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUS?NCIA, QUE ME D?I TANTO 26. OS DRAG?ES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE N?O TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 û EROS (1¬ PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 û EROS (2¬ PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOC? SE FOI, MAS EST? AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E N?O VOLTOU 36. OS V?US DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDU??O 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUS?NCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e cr?nicas) 41. ESSA SAUDADE QUE N?O QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 û EROS (3¬ PARTE) 43. UM ?LTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III û APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOC? FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CAD? O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ?LTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV û PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM Alguns trechos: ôPor onde estiveres, meu amor te acompanha, / Em algum rinc?o dessa Galßxia imensa, / Mesmo em alguma estrela estranha, / Sentirßs contigo a minha presen?a!ö ôTalvez um dia / Quando eu jß houver partido / Voc? descubra os poemas proscritos / Onde lhe revelo todo o amor que sentia / Por esses versos frßgeis vertido / Nos doces sentimentos por voc? ali descritos...ö ôOnde foi que voc? trancou / A sete chaves o que jß era seu, / Para onde foi a alegria que me arrancou, / Trocada por essa noite coberta de breu?ö ôEstou enclausurado numa torre de marfim, / Da qual voc? guarda a ·nica chave, / O manche para conduzir minha nave / Pelo espa?o sem fim de seus bra?os, / Dividindo com voc? meus espa?os, / Cada vez mais profundos, / Onde navego em seus mundos,ö ôEm nossas noites de vinhos e queijos, / Provocas risos com teus casos engra?ados, / E depois me enlouqueces com teus beijos, / E incendiamos a noite com nossos corpos colados!ö ôComo pode acontecer algo assim? / S? pode ter sido um milagre, / Para esse anjo passar t?o perto de mim, / Cheio de sonhos, esperando algo que os deflagre!ö ôAmar n?o devia ser t?o perigoso, / E nem nos torturar desse jeito, / Subjugando-nos como uma alma penada, / Jogando-nos num limbo pavoroso, / Um torniquete a comprimir nosso peito, / A nos assombrar at? o fim da estrada...ö ôTudo o que baga?o ? por ti, meu amor, / Nesse raminho juntos que tra?amos, / Sob a desprote??o desse amor imenso, / Nesse roteiro prefeito do qual sou o autor!ö ôEstou por aqui, sem promessas, / Caminhando com voc? lado a lado, / Juntando em sil?ncio as pe?as / De seu gigantesco quebra-cabe?a, / Que seguirß me torturando, / Esperando que algo aconte?a,ö ôSerß que acabarei indo parar num hospital? / Se for, quantos dias precisarei ficar internado, / Indefeso numa cama onde voc? n?o estß, / Quanto tempo levarß para voltar ao normal, / Serß que algum dia poderei ser curado / Desse mal que torna sua aus?ncia tudo o que hß?ö ôAo fim de mais uma madrugada insone, / Rolando de um lado para o outro na cama, / Esperando inutilmente tocar o maldito telefone / Inerme e silencioso, que quase nunca me chama, / Exceto para me cobrarem pelo que n?o devo,ö ôPor isto, declaro-me por fim derrotado, / E atiro em teu canto do ringue a toalha, / N?o me verßs mais aqui prostrado, / Desisto de escalar tua imensa muralha!ö ôQuando pela primeira vez eu te vi, / Teu sorriso invadiu meu castelo, / Derrubando fossos e muralhas, / E indefeso, ent?o eu me ofereci / Para defender o teu corpo t?o belo / Contra todas as espadas e navalhas.ö ôVendi um pouco do amor que n?o tenho, / E entreguei apenas uma parte, / Pois do lugar de onde n?o venho, / Enganar ? uma forma de arte.ö ôXingas at? a minha pobre cachorra, / Quando a v?s passar, toda meiga, / Por que parece que queres que eu morra, / Enquanto te derretes como manteiga?ö ôEsse teu olhar me aprisiona / Dentro de tuas masmorras, / E exige que sejas minha dona / E minhas veredas percorras.ö ôE revelasses que eras tu, entre tantas, / Que irias despertar os sorrisos com que te encantas, / Ali reprimidos, esperando que algu?m tocasse / Com um olhar apenas aquele fogo na face, / Que em um instante inesperado se revela, / Quando surge da forma mais bela, / Puro, inocente, apenas uma crisßlida, / Despertada da maneira mais cßlida / Por um t?o aguardado olhar sedutor, / Para se tornar a borboleta que chamam de amor...ö ôColocou a pasta do notebook no ombro, / E foi quando notou que sua cachorra querida / Olhava-o, no sofß da sala, com assombro, / E em seus olhos tristes, notou que ela sentia, / Com a certeza de sempre, sem explica??o, / Que aquele seria mesmo o seu ·ltimo dia, / E que nunca mais lhe daria carinhos nem ra??o...ö ôNessa sinistra ciranda, / Parece que a vida espera que eu aprenda / Como me livrar dessa tristeza infinda, / O amor com minha solid?o tirando onda, / Nessa desilus?o t?o profunda!ö ôO que foi que nos aconteceu, / Como deixamos chegar nesse estßgio? / Como foi que tanto amor se perdeu, / Quem se salvarß do naufrßgio?ö ôPor que serß t?o dif?cil / Viver simplesmente em paz, / Sem o sangue que escorre pelo orif?cio / Do punhal que lhe cravaram por trßs?ö ôAinda a quero, / E pacientemente espero / Que saia de sua toca, / Onde seu desejo sufoca, / Sem deixß-lo aflorar, / Como um rio distante do mar, / Uma pintura barroca / Que sufoca sua boca, / De meus beijos reprimida, / Nesse simulacro de vidaö ôN?o sabia do que ?ramos capazes / No amor que durou poucos meses / E deixou essas infames cicatrizes / Depois que se calaram nossas vozes / Porque agora n?o mais me seduzesö ôColoque uma pitada de perd?o / Bem na ponta de seu dedo / Ou sairei correndo pelo port?o / Para n?o lhe revelar meu segredoö ôQuando estou nessas crises de tristeza, / Nem a Poesia consegue me libertar delas, / Ignoro at? os presentes dados pela Natureza / Que p?e em meu caminho as coisas mais belas!ö ôTeus olhos s?o um risco de luz, / Atravessando todos os universos, / E a eles docemente me conduz / O amor transformado nesses versos.ö ôEla me ouviu dando risada, / E quis saber, brincando, se o motivo dessa alegria / Tinha alguma coisa de seu! / Respondi: queria que fosse por voc? provocada, / Como quis at? ontem, em cada dia, / S? que nunca aconteceu! / Mas foi s? um beijo apaixonado e ardente / Que a noite me deu de presente...ö ôComo assim, se ainda ontem me jurava amor, / E dizia que nunca me abandonaria, / Enquanto nos amßvamos sem qualquer pudor, / E em seu corpo o ?xtase explodia, / Entre beijos e abra?os insanos, / Em mais uma noite encantada como tantas, / Como se n?o f?ssemos apenas humanos, / Mas deuses em atividades quase santas?ö ôNunca te disse o quanto me encantas, / E sonho em juntar nossas l?nguas sedentas, / Para fazer com que por horas sintas / Todo o prazer que nunca me contas, / E responder o que n?o me perguntas...ö ôDe meus olhos uma Fßtima escondida rolou, / Mas disfarcei que era s? um Francisco, / Ficou Carlos que ela imediatamente notou, / Mas eu n?o Abadia correr nenhum risco!ö ôQuando me livrei de teu infinito desprezo, / Num sentimento de liberdade que se agiganta, / Soltei o grito que hß tanto tempo estava preso, / Acorrentado ?s cordas vocais em minha garganta!ö ôDisse-lhe tudo o que n?o devia, / Sem pensar em machucß-la, / Mas era tudo o que eu queria, / Antes que me atingisse sua bala!ö ôEm teu beijo doce encontro paz / E inspira??o para meus versos, / Pois todo esse carinho que me dßs / Anima-me a atravessar dias perversos.ö ôEu me perco em explorar teu vulc?o / E o n?ctar dos deuses que dele brota, / E, ouvindo os teus gritos de paix?o, / Minha inspira??o arde e nunca se esgota!ö ôNas ru?nas de Notre Dame, / Dois fantasmas choram! / Quas?modo e Esmeralda / N?o seguram as lßgrimas / Com o teto desabado, / Cinzas por todos os lados, / Pinturas queimadas, / Vitrais destru?dos, / Tesouros que se perderam, / Rel?quias crist?s jogadas aos le?es, / Um monumento que sangra, / Como sangramos todos n?s / De tristeza e desola??o!ö ôEsse vulto que no espelho me espreita / Parece comigo, mas n?o sou eu! / ? igual a quem em minha cama se deita, / Mas ? um espectro com o corpo que ? meu.ö ôUm dia, eu lhe fiz uma homessa / De amß-la por toda a brida, / Mas pomo cumprir algo como essa / Inven??o t?o descabida?ö ôAqueles teus olhares demolidores / Convidavam-me para uma aventura, / E aqueles sorrisos devastadores / Convidavam-me para uma loucura! / Mas n?o passou de um pren·ncio, / Nunca chegamos ao finalmente, / E terminou sem qualquer an·ncio, / Deixando esse vazio em minha mente!ö ôAlgumas palavras soltam cometas / Que navegam pelo c?u da boca / Revolucionam ?rbitas de planetas / E viram letras de uma m·sica barrocaö ôQuanto tempo conseguirei resistir / Antes de para teus bra?os ser arrastado? / At? quais profundezas deverei submergir / Para em teu corpo n?o ficar naufragado?ö ôE ent?o, virei essa sombra noturna, / A atravessar esses dias cinzentos / E a destilar essa Poesia soturna, / Dom Quixote lutando com seus cata-ventos...ö ôFugi para muito al?m de mim, / Onde o espelho me sorria, / Longe dessas estradas sem fim, / Onde a solid?o n?o me ouvia...ö ôUm amor novo ? um espetßculo, / Mas, depois de um quarto de s?culo, / Pode se tornar pequeno e rid?culo, / At? ser necessßrio um bin?culo / Para v?-lo, pois se torna min·sculo!ö ôFurei os botes salva-vidas, / E a ?ncora joguei no fundo do mar, / E minhas lßgrimas fugidas / Espalhei entre as nuvens a passar... / Depois, nunca mais eu te vi, / Nem mesmo em fotografias, / E nada me restou de ti, / Exceto essas noites sombrias...ö ôE nessas guerras civis / Evocam-se deuses antigos: / Odin, H?rus, Ares ou Marte, / Que s? querem aumentar suas tropas, / E fizeram da guerra uma est·pida arte, / Reis de espadas matam a dama de copas, / E decepam as cabe?as inimigas, / Explodem templos cheios de fi?is / Como se n?o passassem de formigas,ö ôQue tortura ? esta que me aplicas / De ficares assim t?o distante? / Por que chegas mas n?o ficas / Por mais de um mero instante?ö ôSeparamo-nos, sem palavras e afogueados, / E voc? me olhou, desse jeito t?o puro, / Um brilho no olhar como hß muito n?o via, / Deixando-o ainda mais cheio de encanto... / Ent?o nos entreolhamos, perplexos e ruborizados, / Voc? a me encarar, com um sorriso inseguro, / Porque a amizade entre n?s era tudo que havia, / E perguntou, suavemente: por que demorou tanto?ö ôEssa lßgrima que voc? viu rolar / N?o ? minha, n?o foi de mim que saiu, / Deve ter sido mandada por esse luar / Lindo assim, como nunca se viu! / A tristeza que voc? pressente / N?o ? minha, algu?m a plantou, / Mas fica por a?, toda saliente, / Como se fizesse parte do meu show!ö ôAssim ? a vida, faz jorrar / Um milagre que n?o se espera, / E de onde n?o deveria brotar / A flor da mais linda quimera...ö ôSometimes in the night / I dream of you, / IÆm your armour knight / In our castle so true. / Sometimes when IÆm waked / I follow dreaming of you, / And there youÆre are naked / With your eyes of blue.ö

Author: Marcos Avelino Martins
Publisher: Independently published
Publication Date: Jun 29, 2019
Number of Pages: 111 pages
Language: Portuguese
Binding: Paperback
ISBN-10: 1073058891
ISBN-13: 9781073058891

A Nave Que Te Levou Para Longe: Poemas (Portuguese Edition)

$10.66
 
54? livro do autor de: 1. OS OCEANOS ENTRE N?S 2. P?SSARO APEDREJADO 3. CABR?LIA 4. NUNCA TE VI, MAS NUNCA TE ESQUECI 5. SOB O OLHAR DE NETUNO 6. O TEMPO QUE SE FOI DE REPENTE 7. MEM?RIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO 8. AT? A ?LTIMA GOTA DE SANGUE 9. EROTIQUE 10. N?O ME LEMBREI DE ESQUECER DE VOC? 11. AT? QUE A ?LTIMA ESTRELA SE APAGUE 12. EROTIQUE 2 13. A CHUVA QUE A NOITE N?O VIU 14. A IMENSID?O DE SUA AUS?NCIA 15. SIM?TRICAS û 200 SONETOS (OU COISA PARECIDA) DE AMOR (OU COISA PARECIDAö) 16. AS VEREDAS ONDE O MEU OLHAR SE PERDEU 17. A MAGIA QUE SE DESFEZ NA NOITE 18. QUAL ? O SEGREDO PARA VIVER SEM VOC?? 19. OS TRA?OS DE VOC? 20. STRADIVARIUS 21. OS SEGREDOS QUE ESCONDES NO OLHAR 22. AT? SECAREM AS ?LTIMAS L?GRIMAS 23. EROTIQUE 3 24. OS POEMAS QUE JAMAIS ESCREVI 25. TUA AUS?NCIA, QUE ME D?I TANTO 26. OS DRAG?ES QUE NOS SEPARAM 27. O VENTO QUE NA JANELA SOPRAVA 28. EROTIQUE 4 29. A NOITE QUE N?O TERMINOU NUNCA MAIS 30. AS HORAS QUE FALTAM PARA TE VER 31. OLYMPUS: LIVRO 1 û EROS (1¬ PARTE) 32. OLYMPUS: LIVRO 1 û EROS (2¬ PARTE) 33. NO AR RAREFEITO DAS MONTANHAS 34. VOC? SE FOI, MAS EST? AQUI 35. O AMOR QUE SE FOI E N?O VOLTOU 36. OS V?US DA NOITE 37. OLYMPUS: LIVRO II - ARES, ARTHEMIS, ATHENA, CHRONOS, HADES, MORPHEUS E POSEIDON 38. MADRUGADAS DE SEDU??O 39. O LUAR QUE EM TEUS OLHOS HABITA 40. QUANDO SUA AUS?NCIA ERA TUDO QUE HAVIA (contos e cr?nicas) 41. ESSA SAUDADE QUE N?O QUER IR EMBORA 42. OLYMPUS: LIVRO 1 û EROS (3¬ PARTE) 43. UM ?LTIMO BEIJO EM PARIS 44. OLYMPUS: LIVRO III û APHRODITE, APOLLO, EREBUS, GAIA, HERA E ZEUS 45. DE QUAL SONHO MEU VOC? FUGIU? 46. O LABIRINTO NO FIM DO POEMA 47. CAD? O AMOR QUE ESTAVA AQUI? 48. OS RIOS QUE FOGEM DO MAR 49. ?LTIMOS VERSOS PARA UM PERDIDO AMOR 50. OLYMPUS: LIVRO IV û PANTHEON 51. AH, POESIA, O QUE FIZESTE? 52. UM VERSO SUICIDA 53. ELA SE FOI, E NEM DEIXOU MENSAGEM Alguns trechos: ôPor onde estiveres, meu amor te acompanha, / Em algum rinc?o dessa Galßxia imensa, / Mesmo em alguma estrela estranha, / Sentirßs contigo a minha presen?a!ö ôTalvez um dia / Quando eu jß houver partido / Voc? descubra os poemas proscritos / Onde lhe revelo todo o amor que sentia / Por esses versos frßgeis vertido / Nos doces sentimentos por voc? ali descritos...ö ôOnde foi que voc? trancou / A sete chaves o que jß era seu, / Para onde foi a alegria que me arrancou, / Trocada por essa noite coberta de breu?ö ôEstou enclausurado numa torre de marfim, / Da qual voc? guarda a ·nica chave, / O manche para conduzir minha nave / Pelo espa?o sem fim de seus bra?os, / Dividindo com voc? meus espa?os, / Cada vez mais profundos, / Onde navego em seus mundos,ö ôEm nossas noites de vinhos e queijos, / Provocas risos com teus casos engra?ados, / E depois me enlouqueces com teus beijos, / E incendiamos a noite com nossos corpos colados!ö ôComo pode acontecer algo assim? / S? pode ter sido um milagre, / Para esse anjo passar t?o perto de mim, / Cheio de sonhos, esperando algo que os deflagre!ö ôAmar n?o devia ser t?o perigoso, / E nem nos torturar desse jeito, / Subjugando-nos como uma alma penada, / Jogando-nos num limbo pavoroso, / Um torniquete a comprimir nosso peito, / A nos assombrar at? o fim da estrada...ö ôTudo o que baga?o ? por ti, meu amor, / Nesse raminho juntos que tra?amos, / Sob a desprote??o desse amor imenso, / Nesse roteiro prefeito do qual sou o autor!ö ôEstou por aqui, sem promessas, / Caminhando com voc? lado a lado, / Juntando em sil?ncio as pe?as / De seu gigantesco quebra-cabe?a, / Que seguirß me torturando, / Esperando que algo aconte?a,ö ôSerß que acabarei indo parar num hospital? / Se for, quantos dias precisarei ficar internado, / Indefeso numa cama onde voc? n?o estß, / Quanto tempo levarß para voltar ao normal, / Serß que algum dia poderei ser curado / Desse mal que torna sua aus?ncia tudo o que hß?ö ôAo fim de mais uma madrugada insone, / Rolando de um lado para o outro na cama, / Esperando inutilmente tocar o maldito telefone / Inerme e silencioso, que quase nunca me chama, / Exceto para me cobrarem pelo que n?o devo,ö ôPor isto, declaro-me por fim derrotado, / E atiro em teu canto do ringue a toalha, / N?o me verßs mais aqui prostrado, / Desisto de escalar tua imensa muralha!ö ôQuando pela primeira vez eu te vi, / Teu sorriso invadiu meu castelo, / Derrubando fossos e muralhas, / E indefeso, ent?o eu me ofereci / Para defender o teu corpo t?o belo / Contra todas as espadas e navalhas.ö ôVendi um pouco do amor que n?o tenho, / E entreguei apenas uma parte, / Pois do lugar de onde n?o venho, / Enganar ? uma forma de arte.ö ôXingas at? a minha pobre cachorra, / Quando a v?s passar, toda meiga, / Por que parece que queres que eu morra, / Enquanto te derretes como manteiga?ö ôEsse teu olhar me aprisiona / Dentro de tuas masmorras, / E exige que sejas minha dona / E minhas veredas percorras.ö ôE revelasses que eras tu, entre tantas, / Que irias despertar os sorrisos com que te encantas, / Ali reprimidos, esperando que algu?m tocasse / Com um olhar apenas aquele fogo na face, / Que em um instante inesperado se revela, / Quando surge da forma mais bela, / Puro, inocente, apenas uma crisßlida, / Despertada da maneira mais cßlida / Por um t?o aguardado olhar sedutor, / Para se tornar a borboleta que chamam de amor...ö ôColocou a pasta do notebook no ombro, / E foi quando notou que sua cachorra querida / Olhava-o, no sofß da sala, com assombro, / E em seus olhos tristes, notou que ela sentia, / Com a certeza de sempre, sem explica??o, / Que aquele seria mesmo o seu ·ltimo dia, / E que nunca mais lhe daria carinhos nem ra??o...ö ôNessa sinistra ciranda, / Parece que a vida espera que eu aprenda / Como me livrar dessa tristeza infinda, / O amor com minha solid?o tirando onda, / Nessa desilus?o t?o profunda!ö ôO que foi que nos aconteceu, / Como deixamos chegar nesse estßgio? / Como foi que tanto amor se perdeu, / Quem se salvarß do naufrßgio?ö ôPor que serß t?o dif?cil / Viver simplesmente em paz, / Sem o sangue que escorre pelo orif?cio / Do punhal que lhe cravaram por trßs?ö ôAinda a quero, / E pacientemente espero / Que saia de sua toca, / Onde seu desejo sufoca, / Sem deixß-lo aflorar, / Como um rio distante do mar, / Uma pintura barroca / Que sufoca sua boca, / De meus beijos reprimida, / Nesse simulacro de vidaö ôN?o sabia do que ?ramos capazes / No amor que durou poucos meses / E deixou essas infames cicatrizes / Depois que se calaram nossas vozes / Porque agora n?o mais me seduzesö ôColoque uma pitada de perd?o / Bem na ponta de seu dedo / Ou sairei correndo pelo port?o / Para n?o lhe revelar meu segredoö ôQuando estou nessas crises de tristeza, / Nem a Poesia consegue me libertar delas, / Ignoro at? os presentes dados pela Natureza / Que p?e em meu caminho as coisas mais belas!ö ôTeus olhos s?o um risco de luz, / Atravessando todos os universos, / E a eles docemente me conduz / O amor transformado nesses versos.ö ôEla me ouviu dando risada, / E quis saber, brincando, se o motivo dessa alegria / Tinha alguma coisa de seu! / Respondi: queria que fosse por voc? provocada, / Como quis at? ontem, em cada dia, / S? que nunca aconteceu! / Mas foi s? um beijo apaixonado e ardente / Que a noite me deu de presente...ö ôComo assim, se ainda ontem me jurava amor, / E dizia que nunca me abandonaria, / Enquanto nos amßvamos sem qualquer pudor, / E em seu corpo o ?xtase explodia, / Entre beijos e abra?os insanos, / Em mais uma noite encantada como tantas, / Como se n?o f?ssemos apenas humanos, / Mas deuses em atividades quase santas?ö ôNunca te disse o quanto me encantas, / E sonho em juntar nossas l?nguas sedentas, / Para fazer com que por horas sintas / Todo o prazer que nunca me contas, / E responder o que n?o me perguntas...ö ôDe meus olhos uma Fßtima escondida rolou, / Mas disfarcei que era s? um Francisco, / Ficou Carlos que ela imediatamente notou, / Mas eu n?o Abadia correr nenhum risco!ö ôQuando me livrei de teu infinito desprezo, / Num sentimento de liberdade que se agiganta, / Soltei o grito que hß tanto tempo estava preso, / Acorrentado ?s cordas vocais em minha garganta!ö ôDisse-lhe tudo o que n?o devia, / Sem pensar em machucß-la, / Mas era tudo o que eu queria, / Antes que me atingisse sua bala!ö ôEm teu beijo doce encontro paz / E inspira??o para meus versos, / Pois todo esse carinho que me dßs / Anima-me a atravessar dias perversos.ö ôEu me perco em explorar teu vulc?o / E o n?ctar dos deuses que dele brota, / E, ouvindo os teus gritos de paix?o, / Minha inspira??o arde e nunca se esgota!ö ôNas ru?nas de Notre Dame, / Dois fantasmas choram! / Quas?modo e Esmeralda / N?o seguram as lßgrimas / Com o teto desabado, / Cinzas por todos os lados, / Pinturas queimadas, / Vitrais destru?dos, / Tesouros que se perderam, / Rel?quias crist?s jogadas aos le?es, / Um monumento que sangra, / Como sangramos todos n?s / De tristeza e desola??o!ö ôEsse vulto que no espelho me espreita / Parece comigo, mas n?o sou eu! / ? igual a quem em minha cama se deita, / Mas ? um espectro com o corpo que ? meu.ö ôUm dia, eu lhe fiz uma homessa / De amß-la por toda a brida, / Mas pomo cumprir algo como essa / Inven??o t?o descabida?ö ôAqueles teus olhares demolidores / Convidavam-me para uma aventura, / E aqueles sorrisos devastadores / Convidavam-me para uma loucura! / Mas n?o passou de um pren·ncio, / Nunca chegamos ao finalmente, / E terminou sem qualquer an·ncio, / Deixando esse vazio em minha mente!ö ôAlgumas palavras soltam cometas / Que navegam pelo c?u da boca / Revolucionam ?rbitas de planetas / E viram letras de uma m·sica barrocaö ôQuanto tempo conseguirei resistir / Antes de para teus bra?os ser arrastado? / At? quais profundezas deverei submergir / Para em teu corpo n?o ficar naufragado?ö ôE ent?o, virei essa sombra noturna, / A atravessar esses dias cinzentos / E a destilar essa Poesia soturna, / Dom Quixote lutando com seus cata-ventos...ö ôFugi para muito al?m de mim, / Onde o espelho me sorria, / Longe dessas estradas sem fim, / Onde a solid?o n?o me ouvia...ö ôUm amor novo ? um espetßculo, / Mas, depois de um quarto de s?culo, / Pode se tornar pequeno e rid?culo, / At? ser necessßrio um bin?culo / Para v?-lo, pois se torna min·sculo!ö ôFurei os botes salva-vidas, / E a ?ncora joguei no fundo do mar, / E minhas lßgrimas fugidas / Espalhei entre as nuvens a passar... / Depois, nunca mais eu te vi, / Nem mesmo em fotografias, / E nada me restou de ti, / Exceto essas noites sombrias...ö ôE nessas guerras civis / Evocam-se deuses antigos: / Odin, H?rus, Ares ou Marte, / Que s? querem aumentar suas tropas, / E fizeram da guerra uma est·pida arte, / Reis de espadas matam a dama de copas, / E decepam as cabe?as inimigas, / Explodem templos cheios de fi?is / Como se n?o passassem de formigas,ö ôQue tortura ? esta que me aplicas / De ficares assim t?o distante? / Por que chegas mas n?o ficas / Por mais de um mero instante?ö ôSeparamo-nos, sem palavras e afogueados, / E voc? me olhou, desse jeito t?o puro, / Um brilho no olhar como hß muito n?o via, / Deixando-o ainda mais cheio de encanto... / Ent?o nos entreolhamos, perplexos e ruborizados, / Voc? a me encarar, com um sorriso inseguro, / Porque a amizade entre n?s era tudo que havia, / E perguntou, suavemente: por que demorou tanto?ö ôEssa lßgrima que voc? viu rolar / N?o ? minha, n?o foi de mim que saiu, / Deve ter sido mandada por esse luar / Lindo assim, como nunca se viu! / A tristeza que voc? pressente / N?o ? minha, algu?m a plantou, / Mas fica por a?, toda saliente, / Como se fizesse parte do meu show!ö ôAssim ? a vida, faz jorrar / Um milagre que n?o se espera, / E de onde n?o deveria brotar / A flor da mais linda quimera...ö ôSometimes in the night / I dream of you, / IÆm your armour knight / In our castle so true. / Sometimes when IÆm waked / I follow dreaming of you, / And there youÆre are naked / With your eyes of blue.ö

Author: Marcos Avelino Martins
Publisher: Independently published
Publication Date: Jun 29, 2019
Number of Pages: 111 pages
Language: Portuguese
Binding: Paperback
ISBN-10: 1073058891
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