Ateísmo & Niilismo: Reflexões sobre a morte de deus

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Ate?smo & Niilismo ? uma tentativa de justificar a transi??o do ate?smo ao niilismo com base na ci?ncia moderna. Nele ? apresentada uma interpreta??o do niilismo (niilismo existencial) segundo a qual ele se segue de considerarmos as implica??es de nossas principais descobertas cient?ficas, bastando revisitar as quest?es existenciais cl?ssicas ? luz do conhecimento atual.

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PREF?CIO

INTRODU??O

:: OS FUNDAMENTOS DO NIILISMO
1. Niilismo como descren?a
2. Por que estamos aqui?
3. N?o h? evid?ncias
4. Que ? sentido?
5. Ate?smo implica niilismo?
6. Teoria e pr?tica I
7. Teoria e pr?tica II
8. Mitos sobre niilismo
9. O valor da verdade
10. A quest?o final

:: DELIMITANDO VALORES
1. O universo conhecido
2. Valores e seu contexto
3. Desnecessidade de ideais
4. Resgatando o ?bvio
5. Morte da realidade

:: SENTIDOS E CREN?AS
1. O sentido natural
2. Emo??es e metaf?sica
3. Acreditar na vida
4. Rodeios biol?gicos
5. Fantasma da fun??o

:: VERS?ES DE SI MESMO
1. A constru??o da imparcialidade
2. ?ticas sobrepostas
3. Isolando vari?veis
4. Raz?es rivais
5. Arena virtual

REFER?NCIAS

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"? impressionante ver que os maiores ataques ao niilismo n?o s?o filos?ficos, mas emocionais. O termo adquiriu certa repulsa e n?o se consegue dissoci?-lo de um estado depressivo no qual os niilistas odeiam a pr?pria exist?ncia a ponto de neg?-la. O crit?rio emocional ? t?o evidente que n?o h? a mesma rejei??o para com correntes filos?ficas que adotam o niilismo como ponto de partida: ? assim com o existencialismo. O fato de dizer que nossa exist?ncia n?o tem sentido por si s? ? a pr?pria premissa niilista, mas a corrente existencialista tem a seu favor o jogo estil?stico de evitar o "nihil" e adicionar sentido "a posteriori". No fundo, n?o importa o qu?o racionais sejamos, pois sempre nos acharemos escravos de alguma cren?a da qual n?o estamos dispostos a nos libertar. Para os que assim desejam, n?o basta sen?o coragem e integridade intelectual para abandon?-las. Tendemos a usar uma met?fora para justificar o ate?smo: a de que todos s?o ateus com os deuses dos outros e que n?s simplesmente somos ateus com rela??o a mais um; no caso do niilismo, podemos dizer o mesmo: s? que o deus que alguns ateus n?o conseguem abandonar ? muito mais emocionalmente desastroso do que as figuras mitol?gicas, uma vez que diz respeito ?s nossas pr?prias vidas, com ou sem divindades externas.
A obra ? muito feliz em descrever um racioc?nio linear que nos leva de um ponto pac?fico para muitos - o ate?smo - e avan?ar pelos mesmos caminhos at? o niilismo. Cancian continua com a mesma veia afiada para a escritura e seus exemplos se tornam cada vez mais maduros e com maior potencial explanat?rio. A "Aposta de Cancian" ? de uma lucidez e de uma perspic?cia sem precedentes e encarna bem o esp?rito inquisidor e imparcial de uma boa empresa filos?fico-cient?fica. A leitura ? agrad?vel, mas n?o deixa de agredir os sentimentos mais ?ntimos de ego?smo. Sem a devida reflex?o pr?via sobre o assunto, torna-se intrag?vel ler todas as palavras despidas de elogios ? nossa esp?cie e ? praticamente imposs?vel n?o levar para o lado pessoal todas as conclus?es que parecem diminuir nossa import?ncia c?smica. Contudo, o leitor honesto n?o desistir? da leitura e aquele que tiver um comprometimento maior com as respostas certamente apreciar? o processo, sentindo-se enriquecido pelos posicionamentos e testando os seus pr?prios preconceitos com os exerc?cios mentais. No mais, fica o convite para o aprofundamento nas refer?ncias bibliogr?ficas, que traduzem o que de melhor temos, n?o s? nas especula??es filos?ficas, mas tamb?m nos estud