Contos das 7 Lagoas

A Hist?ria N?o Contada

Este s?o registros hist?ricos que, com uma ou outra controv?rsia, marcam a hist?ria oficial da cidade. Estes registros se referem, em geral a fatos e acontecimentos banais e corriqueiros do nosso dia a dia ou a eventos relevantes que chegam com estardalha?o as p?ginas dos jornais.

Mas a mem?ria de uma cidade tem uma din?mica de vida pulsante que percorre cada segundo e cada minuto e os registros oficiais n?o conseguem acompanhar.

As memorias das civiliza??es tamb?m s?o constitu?das por fragmentos de informa??es: documentos esquecidos em ba?s ou por?es empoeirados, no "disse que me disse", nas lendas urbanas, nas hist?rias passadas de pai para filho, nas conversas repassadas de "boca a boca", nas pra?as, ruelas, pra?as, botecos.

O que acontece nas cidades e nas matas, quando uma cortina t?nue de silencio recai sobre elas, ou quando um cortinado espesso de escurid?o desce como uma sombra negra sobre as formas e cores?

O que se passa quando as ?nicas testemunhas dos acontecimentos, s?o os animais, as plantas ou as sombras furtivas que com seus olhares passivos e indiferentes se tornam cumplices de eventos estranhos, inusitados, sobrenaturais?

As hist?rias que o povo conta nem sempre s?o os fatos verdadeiros, mesmo porque a verdade n?o passa de mais uma narrativa do ponto de vista de um observador incauto.

"A voz do povo como a voz de Deus ", n?o ser refere aos fatos "nus e crus", mas aquilo que tem sentido e relev?ncia para este povo.

Para montar este quebra cabe?a das hist?rias ocultas e n?o contadas vamos ter que percorrer os caminhos e as veredas do tempo.

Se o historiador deve se ater ? descri??o fiel dos fatos, e sobre aquilo que ele pode provar, j? o contista, ou romancista pode ir al?m, e preencher as lacunas da hist?ria com a cria??o livre e com a imagina??o, considerada por Einstein como a grande for?a propulsora da evolu??o.