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Independently Published
De foro íntimo
Product Code:
9798301745263
ISBN13:
9798301745263
Condition:
New
$10.58
Cidade de Mariana - MG 1972 " Minha av? dizia que algumas pessoas nascem sem par e quando ouvia isso, eu fechava os olhos e implorava a Deus que o meu par estivesse a mim reservado em algum lugar desse mundo! Amores? Tive v?rios. Quem disse que s? se ama uma vez? N?o acredito nisso. Sou a prova viva, mas sei tamb?m que existem amores que marcam mais que outros. Ultrapassam derme, epiderme e se entranham e se espalham e fica dif?cil de extirpar. Podem at? ficar adormecidos por quase uma vida, mas quando pulsam incomodam. Inativos, n?o extintos! N?o fosse assim, n?o haveria espa?o para outros amores. Amores casuais, carnais, que ardem e passam.
Tenho quarenta e dois anos e ?s vezes me sinto como se tivesse duzentos! Cidade pequena tolhe a vida da gente. Principalmente quando se ? uma senhora. E como ? f?cil nos tornarmos uma senhora! Aos trinta anos j? somos olhadas de forma diferente, come?amos a perder espa?os e a acreditar que isso ou aquilo n?o mais combina, n?o pode ser usado, n?o fica bem. Novas gera??es tomam conta das ruas, desfilam sua juventude e nos levam a acreditar que a nossa vez j? passou, qui??, a nossa vida. Fez melhor quem se aventurou vida afora. Vida afora! Sempre que ouvia essa express?o achava-a perigosa, como faca de dois gumes, como formigas que, quando querem se perder, criam asas. Talvez por isso nunca quis criar asas, nunca quis me perder. Preferi continuar e levar a minha vida ? moda dessa cidade. Respeitando ?s limita??es que nos s?o impostas: Trabalha-se, volta para casa, sa?das noturnas s? por motivos religiosos. Ainda n?o aprendi o que fazer com esta mulher que arde, que pensa em olhos, em m?os. Nunca ultrapassei o limite das m?os, n?o disse que tenho medo de me perder? Ardia apenas dentro dos limites que eu mesma tracei, mas sempre ardi sem nenhum pudor, ardia pelo que conhecia, hoje ardo pelo que n?o cheguei a conhecer. Quem morre virgem ganha o reino dos c?us?
Reflex?es de Clarice, personagem principal do livro, antes de conhecer Homero, professor na Universidade de Ouro Preto, antes de se entregar a ele e viver um grande amor.
Tenho quarenta e dois anos e ?s vezes me sinto como se tivesse duzentos! Cidade pequena tolhe a vida da gente. Principalmente quando se ? uma senhora. E como ? f?cil nos tornarmos uma senhora! Aos trinta anos j? somos olhadas de forma diferente, come?amos a perder espa?os e a acreditar que isso ou aquilo n?o mais combina, n?o pode ser usado, n?o fica bem. Novas gera??es tomam conta das ruas, desfilam sua juventude e nos levam a acreditar que a nossa vez j? passou, qui??, a nossa vida. Fez melhor quem se aventurou vida afora. Vida afora! Sempre que ouvia essa express?o achava-a perigosa, como faca de dois gumes, como formigas que, quando querem se perder, criam asas. Talvez por isso nunca quis criar asas, nunca quis me perder. Preferi continuar e levar a minha vida ? moda dessa cidade. Respeitando ?s limita??es que nos s?o impostas: Trabalha-se, volta para casa, sa?das noturnas s? por motivos religiosos. Ainda n?o aprendi o que fazer com esta mulher que arde, que pensa em olhos, em m?os. Nunca ultrapassei o limite das m?os, n?o disse que tenho medo de me perder? Ardia apenas dentro dos limites que eu mesma tracei, mas sempre ardi sem nenhum pudor, ardia pelo que conhecia, hoje ardo pelo que n?o cheguei a conhecer. Quem morre virgem ganha o reino dos c?us?
Reflex?es de Clarice, personagem principal do livro, antes de conhecer Homero, professor na Universidade de Ouro Preto, antes de se entregar a ele e viver um grande amor.
Author: Stella Tavares |
Publisher: Independently Published |
Publication Date: Nov 29, 2024 |
Number of Pages: 34 pages |
Binding: Paperback or Softback |
ISBN-10: NA |
ISBN-13: 9798301745263 |
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De foro íntimo
$10.58
Cidade de Mariana - MG 1972 " Minha av? dizia que algumas pessoas nascem sem par e quando ouvia isso, eu fechava os olhos e implorava a Deus que o meu par estivesse a mim reservado em algum lugar desse mundo! Amores? Tive v?rios. Quem disse que s? se ama uma vez? N?o acredito nisso. Sou a prova viva, mas sei tamb?m que existem amores que marcam mais que outros. Ultrapassam derme, epiderme e se entranham e se espalham e fica dif?cil de extirpar. Podem at? ficar adormecidos por quase uma vida, mas quando pulsam incomodam. Inativos, n?o extintos! N?o fosse assim, n?o haveria espa?o para outros amores. Amores casuais, carnais, que ardem e passam.
Tenho quarenta e dois anos e ?s vezes me sinto como se tivesse duzentos! Cidade pequena tolhe a vida da gente. Principalmente quando se ? uma senhora. E como ? f?cil nos tornarmos uma senhora! Aos trinta anos j? somos olhadas de forma diferente, come?amos a perder espa?os e a acreditar que isso ou aquilo n?o mais combina, n?o pode ser usado, n?o fica bem. Novas gera??es tomam conta das ruas, desfilam sua juventude e nos levam a acreditar que a nossa vez j? passou, qui??, a nossa vida. Fez melhor quem se aventurou vida afora. Vida afora! Sempre que ouvia essa express?o achava-a perigosa, como faca de dois gumes, como formigas que, quando querem se perder, criam asas. Talvez por isso nunca quis criar asas, nunca quis me perder. Preferi continuar e levar a minha vida ? moda dessa cidade. Respeitando ?s limita??es que nos s?o impostas: Trabalha-se, volta para casa, sa?das noturnas s? por motivos religiosos. Ainda n?o aprendi o que fazer com esta mulher que arde, que pensa em olhos, em m?os. Nunca ultrapassei o limite das m?os, n?o disse que tenho medo de me perder? Ardia apenas dentro dos limites que eu mesma tracei, mas sempre ardi sem nenhum pudor, ardia pelo que conhecia, hoje ardo pelo que n?o cheguei a conhecer. Quem morre virgem ganha o reino dos c?us?
Reflex?es de Clarice, personagem principal do livro, antes de conhecer Homero, professor na Universidade de Ouro Preto, antes de se entregar a ele e viver um grande amor.
Tenho quarenta e dois anos e ?s vezes me sinto como se tivesse duzentos! Cidade pequena tolhe a vida da gente. Principalmente quando se ? uma senhora. E como ? f?cil nos tornarmos uma senhora! Aos trinta anos j? somos olhadas de forma diferente, come?amos a perder espa?os e a acreditar que isso ou aquilo n?o mais combina, n?o pode ser usado, n?o fica bem. Novas gera??es tomam conta das ruas, desfilam sua juventude e nos levam a acreditar que a nossa vez j? passou, qui??, a nossa vida. Fez melhor quem se aventurou vida afora. Vida afora! Sempre que ouvia essa express?o achava-a perigosa, como faca de dois gumes, como formigas que, quando querem se perder, criam asas. Talvez por isso nunca quis criar asas, nunca quis me perder. Preferi continuar e levar a minha vida ? moda dessa cidade. Respeitando ?s limita??es que nos s?o impostas: Trabalha-se, volta para casa, sa?das noturnas s? por motivos religiosos. Ainda n?o aprendi o que fazer com esta mulher que arde, que pensa em olhos, em m?os. Nunca ultrapassei o limite das m?os, n?o disse que tenho medo de me perder? Ardia apenas dentro dos limites que eu mesma tracei, mas sempre ardi sem nenhum pudor, ardia pelo que conhecia, hoje ardo pelo que n?o cheguei a conhecer. Quem morre virgem ganha o reino dos c?us?
Reflex?es de Clarice, personagem principal do livro, antes de conhecer Homero, professor na Universidade de Ouro Preto, antes de se entregar a ele e viver um grande amor.
Author: Stella Tavares |
Publisher: Independently Published |
Publication Date: Nov 29, 2024 |
Number of Pages: 34 pages |
Binding: Paperback or Softback |
ISBN-10: NA |
ISBN-13: 9798301745263 |