Em Alguma Outra Galáxia

Alguns trechos:

"Ando impregnado pela ess?ncia / De tua infinita aus?ncia, / Que silenciosamente me devora, / Desde a noite em que foste embora."

"Mas agora, / Que est?s aqui, / Esplendidamente linda e nua, / Pronta a te ofereceres em sacrif?cio / No altar de meus desejos, / Olhando-me com esses olhos / Brilhantes, magn?ficos, / E com um fr?mito de paix?o / Respondes a meus carinhos / E meus toques atrevidos,"

"Algumas lembran?as n?o se apagam, / S?o apenas coisas da vida, / Mas que deixam rastros perp?tuos, / Perfumes que sentimos onde n?o h? nenhum, / Sombras que vemos nas paredes / Ou reflexos em um espelho onde n?o h? ningu?m,"

"Tua aus?ncia me fez muito mal, / E at? minha Poesia se recolheu, / Desde o dia em que voc? partiu / O meu mundo perfeito desabou, / E nunca mais consegui ser cool."

"Onde ? que foi parar tanto amor / Que entre n?s dois um dia houve? / De onde veio esse grito assustador / Que at? na Lua se ouve?"

"J? nem sei porque n?o queria / Atirar-me sem remorso em tua lava, / Mas ? tarde demais, rendi-me ? Poesia / Que em tua boca ardente por mim esperava..."

"Nessa caixa hermeticamente lacrada, / Onde guardo os meus doces segredos, / Guardada atr?s de uma porta sempre fechada, / Que s? se abre com as digitais de meus dedos, / H? hist?rias nunca contadas,"

"Despertei de um pesadelo, / No qual eu me perdia em voc? / E nunca mais me encontrava, / E foi ent?o que descobri a verdade: / Eu te esqueci, / Mas ainda n?o revelei esse segredo / Para o meu cora??o sem ju?zo..."

"Desse nosso melodrama, / Escrevo mais um poema, / Uma can??o que sublima / Cada maravilhoso sintoma / Desse amor leve como uma pluma!"

"Recebi de Deus voc? de presente, / E todos os dias elevo uma prece, / Para que esteja sempre presente / Nas hist?rias que minha Poesia tece..."

"Nosso amor era fr?gil / E suicidou-se na primeira tempestade, / Adquirimos desamor por cont?gio, / Essa foi a dura realidade..."

"De n?s dois, / Antes carne e unha, / Intimamente ligados, / Compartilhando corpos e vidas / Por tantos anos, / Que t?o r?pido passaram, / Sobraram apenas restos, / Irreconhec?veis, / Dispersados pelos ventos / E tempestades,"

"E ent?o, os cogumelos nucleares / Espalharam-se pela atmosfera, / E, em quest?o de horas, / Nesse lindo planeta, / Habitado por um v?rus gigante, / Conhecido como bicho-homem, / Cujo prop?sito era explodi-lo / Numa ?ltima batalha, / Tudo o que restou foi a Morte, / Soberana senhora do sil?ncio e do Nada..."

"Em nossas noites calientes, / Nossos corpos se enroscam, / Entre beijos ardentes, / E nossas bocas se emboscam, / Em m?tuas armadilhas, / Cada uma mais ousada, / E, enquanto exploro tuas trilhas, / Tu gemes, descontrolada, / Tua boca em minha carne pulsante, / Voluptuosa, explosiva, / Com tua respira??o arfante, / Minha pele colada em tua pele lasciva,"

"Mas o mundo d? voltas, / E sei que sempre voltas, / Mas, enquanto isso n?o acontece, / Minha alma jamais te esquece! / Ser? que devo arranjar um terapeuta / Para esse meu cora??o apedeuta?"

"Mas entre milh?es de Gal?xias, quem sabe, / Num momento obscuro de um futuro dist?pico, / Nossas almas inesperadamente se reencontrem, / E se reconhe?am por algum motivo? / E talvez, o muro que sempre nos separou desabe, / Ao simples clicar de um controle remoto estrobosc?p?co, / E ent?o, nossos corpos opostos afinal se encontrem, / E eu n?o seja mais apenas um nome em seu ?ndice remissivo?"