Elia de Gareth & As Cr?nicas de NightGlen

Na minha busca por compreender o amor, percebo que, ?s vezes, o excesso de adornos pode obscurecer o sentimento genu?no. Por isso, pe?o ao tempo que me permita retornar aos dias passados, onde a beleza l?rica era suficiente, sem alterar o curso da minha hist?ria.

Evoco os deuses antigos para reviver os outonos em Grammaria, momentos em que lutei, amei e sofri. Foram dias de batalhas e noites de gl?rias, marcados pela cruel m?o do destino, um tempo impiedoso que avan?a sem clem?ncia.

Esse tempo, implac?vel e indiferente, desafia nossas esperan?as e anseios, sem reconhecer os pr?prios adornos de sua caprichosa exist?ncia. Ele n?o para, n?o muda e n?o sente.

Embora tudo se dissipe como a n?voa da primavera, desejei manter meu cora??o jovem ao frio, contido, como uma fera ferida a ser domada. No entanto, rapidamente aprendi que ele era indom?vel, um corcel galopando em busca de novos horizontes, al?m das conven??es.

Meu cora??o sempre foi livre, habitando as margens do meu ser e desafiando a sorte. Sob o olhar cr?tico do tempo, expus-me ao palco da vida, enfrentando as normas e a vis?o antiquada de um amor imposto.

Mantive-me firme como um menestrel, martelando as incertezas em um mundo indiferente, enquanto tudo ? minha volta definhava.

A vida, no entanto, me conduziu por caminhos inesperados, e agora busco entender como navegar pelos decretos do amor que antes me eram estranhos. Como narrar essa hist?ria intrincada, se nem eu mesma consigo compreend?-la?

Abandonei meu conforto e mergulhei numa paix?o tempestuosa, que ardia no peito como o sopro de um drag?o, intenso e avassalador. Nesse turbilh?o, encontrei algu?m que transformou minha vida.

Esse algu?m era um enigma, capaz de despertar em mim tanto prazer quanto dor. Nosso amor, t?o profundo, abalava o ch?o sob nossos p?s. Por um tempo, pensei que hav?amos encontrado uma forma de escapar das regras que nos aprisionavam, acreditando que poder?amos permanecer juntos para sempre. Mas a realidade se imp?s: fam?lias e tradi??es se ergueram contra n?s, separando-nos.

Foi como se o mundo tivesse sido virado de cabe?a para baixo. Ele desapareceu sem despedidas, e eu fiquei, tentando juntar os peda?os do que restou.

Temo que essa hist?ria possa se repetir, mas reconhe?o que o que vivemos me fortaleceu para enfrentar o futuro. Agora, sigo meu caminho, carregando a sensa??o de que ele observa de longe, entendendo que preciso trilhar essa jornada sozinha para descobrir quem sou de fato.

Nossa hist?ria, repleta de altos e baixos, ? t?o genu?na quanto a vida sem adornos. Tivemos momentos gloriosos e outros desafiadores, mas o amor sempre persiste como Sol no dia de chuva.

Apesar de tudo, de algum modo, permanecemos conectados, como se o que vivemos transcendesse o tempo e o espa?o. Assim, nossa hist?ria de amor ensinou-me li??es valiosas sobre a vida. Ap?s todas as prova??es, aprendi a amar verdadeiramente, e isso, por si s?, fez tudo valer a pena.